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Por Michael Haederle

Cascata de Cuidado

A pesquisa destaca a necessidade de testar mulheres grávidas com transtorno do uso de opióides para hepatite C

O fornecimento rotineiro de exames de hepatite C para mulheres grávidas em tratamento para o transtorno do uso de opióides pode ajudar a direcioná-las a tratamentos eficazes para erradicar a infecção, descobriram pesquisadores da Universidade do Novo México.

Em um novo estudo publicado na revista Saúde Materna e Infantil (e destacado no relatório do diretor do Instituto Nacional de Abuso de Drogas), os pesquisadores descobriram que uma alta porcentagem de mulheres com dependência de opiáceos matriculadas no Programa Milagro da UNM, que fornece atendimento pré-natal para mulheres com transtornos de abuso de substâncias, testou positivo para hepatite C vírus (HCV).

O vírus é transmitido no sangue, geralmente por meio do uso de drogas intravenosas. Causa danos lentamente e com poucos sintomas externos ao longo de um período de décadas, mas a longo prazo a infecção pode resultar em câncer de fígado.

"A epidemia de opióides nos Estados Unidos está agora associada a um aumento de 300 por cento na hepatite C em pessoas com idades entre 18 e 39 anos entre 2004 e 2015", disse Kimberly Page, MD, professora do Departamento de Medicina Interna da UNM, Divisão de Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva, co-autora do estudo.

"Estamos vendo aumentos em particular entre os mais jovens", disse ela. “Queríamos descobrir qual era a prevalência da hepatite C e a cascata de diagnóstico do tratamento”.

Cascata de cuidados, neste caso, refere-se a testes sequenciais conduzidos para verificar se uma paciente foi exposta à hepatite C e, em caso afirmativo, se ela tem uma infecção de hepatite C ativa. Testes adicionais podem revelar o subtipo específico do vírus.

Os dados para o estudo vieram de uma pesquisa de longo prazo conduzida com pacientes do Programa Milagro, disse a autora sênior Ludmila Bakhireva, MD, PhD, professora associada e professora assistente do Departamento de Prática de Farmácia e Ciências Administrativas da Faculdade de Farmácia da UNM.

O Biomarkers in Pregnancy Study, lançado em 2009, e o estudo Ethanol Neurodevelopment Infant and Child Health (iniciado em 2012), coletaram extensas informações médicas de mulheres que optaram por participar, disse Bakhireva.

Para avaliar a exposição à hepatite C, Bakhireva, Page e seus colegas revisaram os registros de 190 mulheres. Praticamente todos estavam em tratamento para uso de opióides com buprenorfina (conhecida comercialmente como Suboxone) ou metadona.

Noventa e quatro por cento das mulheres foram testadas para anticorpos da hepatite C, mostrando se elas já haviam sido expostas ao vírus. Desse grupo, 53 por cento testaram positivo. Noventa por cento daqueles com teste positivo foram testados para RNA da hepatite C, que diagnostica uma infecção crônica. Do que número, 76 por cento testaram positivo.

Ao todo, quase 40 por cento das mulheres tinham infecção crônica de hepatite C, descobriram os pesquisadores.

“Esses resultados informam a comunidade de saúde pública mais ampla sobre a carga da infecção pelo HCV e fornecem oportunidades para otimizar a triagem e o diagnóstico do HCV em ambientes pré-natais”, escreveram os autores.

Page disse que apenas 5% dos bebês nascidos de mães com infecções ativas de hepatite C contraem o vírus. Novas terapias medicamentosas comprovadas para eliminar a infecção estão disponíveis para mães e crianças, acrescentou ela. “Não há barreiras para que essa população receba tratamento para hepatite C no Novo México”.

Como resultado desta pesquisa, o co-autor do estudo Lawrence Leeman, MD, professor do Departamento de Medicina da Família e Comunidade da UNM e diretor médico da clínica Milagro, fez mudanças nas políticas para instituir um sistema de acompanhamento mais rigoroso para mulheres que teste positivo para o vírus, disse Bakhireva.

“Isso destaca a singularidade do programa Milagro”, disse ela. “Está realmente integrado a um modelo de prática familiar. Elimina barreiras e reduz a estigmatização dessa população vulnerável”.

Categorias: Faculdade de Farmácia, Saúde, Estudos, Faculdade de Medicina