Programa oferece oportunidades de pesquisa para alunos de graduação

Pesquisadores da UNM têm como alvo o mosquito transmissor do Zika com óleo de capim-limão
Um óleo de ervas usado para cozinhar e conhecido por sua agradável fragrância cítrica pode ser uma arma potente na luta contra o vírus Zika e outras doenças transmitidas por mosquitos.
Pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Novo México desenvolveram uma nova e surpreendentemente simples tecnologia que usa óleo de capim-limão para matar as larvas do mosquito.
"Esta é uma abordagem verdadeiramente de baixo custo e baixa tecnologia, mas funciona muito bem", disse Ravi Durvasula, MD, pesquisador de doenças infecciosas do Centro de Saúde Global da Escola de Medicina da UNM. "Não estamos alvejando o vírus. Estamos atrás do portador e queremos pegá-lo no estágio inicial. Você mata as larvas, você não tem mosquitos voando por aí."
Em concentrações muito baixas, o óleo de capim-limão é extremamente letal para o mosquito Aedes aegypti, que espalha Zika, dengue, chikungunya e outras doenças tropicais. O zika está alertando a saúde pública e os alertas de viagens em todo o mundo e está relacionado a sérios defeitos congênitos em bebês nascidos de mulheres infectadas pelo vírus.
“O grande problema é a água”, diz Durvasula. "Em grandes cidades em muitas partes do mundo, especialmente no mundo em desenvolvimento, existem grandes cisternas que armazenam água. Pneus e poças de água estagnadas. Eles são criadouros de mosquitos."
Portanto, os pesquisadores estão mirando nesses criadouros com minúsculas "bombas" de capim-limão. Usando um processo de aquecimento com patente pendente, eles colocaram a carga letal de capim-limão dentro das células de outro ingrediente natural, o fermento de padeiro, um alimento favorito das larvas de mosquitos.
Quando o fermento é colocado na água, a membrana celular contém completamente o óleo para que ele não vaze. Depois que as larvas se alimentam do fermento, as enzimas em seu intestino rompem a parede celular, liberando o óleo de capim-limão.
Dentro de 24 a 48 horas, um número significativo de larvas está morrendo. Dentro de uma semana, "temos 100 por cento de mortalidade no laboratório", disse o membro da equipe de pesquisa Ivy Hurwitz, PhD.
Enquanto os pesquisadores ainda precisam testar a tecnologia em configurações do mundo real, Hurwitz diz que está otimista de que verão resultados semelhantes. E se o fizerem, a tecnologia oferece uma série de vantagens atraentes sobre os métodos existentes usados para controlar as populações de mosquitos, incluindo pesticidas.
“Em muitos lugares, eles colocam pesticidas na água”, diz Durvasula. "O problema é que esse é um produto químico que vai para o abastecimento de água. E muitos lugares pobres não podem comprar pesticidas. O óleo de capim-limão é muito barato."
Também é quase impossível para os mosquitos desenvolverem resistência ao óleo de capim-limão. Ao contrário de outros larvicidas, ele ataca várias vias biológicas nas larvas, incluindo os sistemas respiratório, nervoso, digestivo, endócrino e respiratório.
"Nós os chamamos de os cinco dedos da morte", diz Scott Matthews, MD, da UNM, que desenvolveu um processo simples para incubar células de levedura com óleos essenciais. O processo é tão simples, na verdade, que qualquer pessoa pode implantar a tecnologia com apenas algumas horas de treinamento.
“Queríamos fazer o tipo de coisa em que as pessoas não precisassem contar com suporte externo”, diz Matthews. "As pessoas precisam ser capazes de pegar a bola e correr com ela."
A eficácia da tecnologia não se limita ao mosquito Aedes. Os pesquisadores também fizeram experiências com sucesso com o mosquito culex, que carrega o vírus do Nilo Ocidental. Durvasula diz que sua equipe está expandindo o tamanho de seus experimentos enquanto ele trabalha para trazer a tecnologia ao mercado.
"Esse é o nosso objetivo", diz ele. "Estamos criando um larvicida ecológico que não envenena o abastecimento de água e é barato."