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Por Michael Haederle

Poupe seu fôlego

Novo estudo revela como a vaporização prejudica a capacidade de combate a infecções do corpo

Um novo estudo mostra pela primeira vez que, mesmo na ausência de nicotina, a vaporização prejudica diretamente a função pulmonar e a capacidade do corpo de evitar infecções. Um cientista da Faculdade de Farmácia da UNM desempenhou um papel fundamental na pesquisa de referência.

A descoberta, publicada no Journal of Clinical Investigation, surge em meio a uma onda de doenças misteriosas relacionadas à vaporização (e pelo menos duas mortes relatadas) e à crescente preocupação com a rápida disseminação do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens.

O culpado parece não ser a nicotina, mas outros ingredientes usados ​​no líquido do cigarro eletrônico, diz Matthew Campen, PhD, professor do Departamento de Ciências Farmacêuticas e especialista nos efeitos da poluição do ar na saúde, como ozônio e fumaça.

Campen juntou-se à Dra. Farrah Kheradmand e seus colegas do Baylor College of Medicine, do University of Texas Health Science Center e do Michael E. DeBakey VA Medical Center em Houston para estudar como os produtos químicos vaporizados afetam os pulmões.

Os pesquisadores se concentraram no surfactante - a fina camada de fluido do revestimento pulmonar que é afetada pela vaporização. O surfactante sustenta os alvéolos, pequenos sacos em forma de balão nos pulmões, onde o oxigênio e o dióxido de carbono passam pelos capilares que transportam o sangue. Os alvéolos são muito delicados, mas reforçados pelas moléculas de proteína e gordura do surfactante, diz Campen.

Os macrófagos - um tipo de célula imunológica - mantêm o surfactante saudável ao encontrar e "reciclar" proteínas danificadas, além de matar vírus e bactérias inalados. "Esse é o trabalho deles", diz Campen. "Ao longo da vida, eles estão limpando as coisas."

Mas o novo estudo descobriu que o vapor do cigarro eletrônico inalado danifica os macrófagos, prejudicando sua capacidade de proteger o surfactante - e, portanto, os pulmões, diz Campen.

Vaping tem sido apontado como uma alternativa mais segura ao tabagismo, que tem uma conexão bem documentada com câncer de pulmão, enfisema e outras doenças. O líquido do cigarro eletrônico é uma mistura dos solventes propilenoglicol e glicerina vegetal, aditivos alimentares comuns.

Quando vaporizado, o líquido não desencadeia inflamação pulmonar da mesma forma que a fumaça do cigarro, descobriu o estudo, mas desencadeia mudanças nos macrófagos.

Os camundongos expostos ao vapor do cigarro eletrônico por meses e depois expostos ao vírus influenza A morreram em taxas mais altas do que o normal. A exposição ao vapor "reduz a capacidade de resposta imunológica inata e a exposição a longo prazo prejudica a capacidade dos camundongos de controlar a infecção pulmonar com influenza", escreveu a equipe.

Também perturba o mecanismo de manutenção do surfactante saudável nos alvéolos. "Este estudo demonstra uma necessidade urgente de examinar melhor os efeitos fisiológicos dos solventes para cigarros eletrônicos atualmente no mercado", escreveram os autores.

"Essas mudanças no fluido de revestimento pulmonar e nos macrófagos podem estar relacionadas aos casos graves de lesão pulmonar associada à vaporização observados em todo o país", diz Campen, acrescentando que mais estudos serão necessários para determinar qual líquido do cigarro eletrônico ingredientes é responsável pelo dano e quem pode ser vulnerável.

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