A violência doméstica não segue um calendário — é uma questão generalizada que afeta indivíduos e famílias todos os dias do ano. No entanto, defensores como Áine McCarthy, diretora da Universidade do Novo México Centro de Recursos da Mulher (WRC), reconhece os desafios crescentes que muitos sobreviventes enfrentam durante a temporada de férias, quando o estresse financeiro, as pressões familiares e o isolamento podem agravar situações de abuso.
“O planejamento de segurança é essencial para sobreviventes de violência doméstica, estejam eles planejando uma estratégia de saída ou apenas tentando sobreviver e mitigar os danos enquanto vivem com abuso”, disse McCarthy.
Na UNM, os alunos podem acessar defensores confidenciais por meio do WRC, Centro de Recursos LGBTQ e Centro de Advocacia LoboRESPECT. Esses serviços fornecem aos sobreviventes planejamento de segurança personalizado, suporte emocional e conexões com recursos externos como o de Albuquerque
Centro de Recursos de Violência Doméstica, Ligação Comunitária, e os votos de Centro Familiar Asiático.
Embora a violência doméstica ocorra o ano todo, estudos mostram um aumento nos incidentes durante os feriados. Uma análise de tendências da National Domestic Violence Hotline mostra um aumento nas chamadas durante períodos de estresse, incluindo a temporada de feriados. Isso pode ser atribuído a vários fatores, como dificuldades financeiras, uso de substâncias e aumento do tempo em casa. McCarthy enfatiza a importância da conscientização da comunidade e preparação durante este período vulnerável.
“Ter recursos prontamente disponíveis e reduzir o estigma em torno da busca por ajuda pode fazer toda a diferença”, disse ela.
Culturalmente, tendemos a centralizar o abandono de um relacionamento prejudicial como a solução completa. No entanto, para muitos sobreviventes, é apenas o primeiro passo para construir uma nova vida.
“A recuperação de abuso financeiro costuma ser parte do processo de cura e reconstrução”, explicou McCarthy, citando um workshop recente da coach financeira Tara Hackel que destacou a Projeto Independência, uma iniciativa que ajuda sobreviventes a reconstruir crédito e estabelecer independência financeira. “Programas como esse podem mudar o jogo para indivíduos que se esforçam para ganhar uma base estável após deixar situações abusivas.”
Além do fortalecimento financeiro, o WRC oferece grupos de apoio para sobreviventes de longo prazo para ajudá-los a lidar com os impactos emocionais do trauma.
“Entender que você não está sozinho e dar sentido à sua própria história geralmente ajuda na autocompaixão que é essencial para a cura”, compartilhou McCarthy. A organização estudantil SPACE (Student Prevention & Advocacy for Consent Education) também fornece uma plataforma para sobreviventes e aliados colaborarem em iniciativas de prevenção à violência.
A reintegração no local de trabalho é outro obstáculo que muitos sobreviventes enfrentam, principalmente aqueles que sofreram perseguição ou outras formas de abuso persistente.
“Explicar precauções de segurança aos empregadores ou levar em conta lacunas no emprego pode ser incrivelmente difícil”, observou McCarthy, pedindo maiores acomodações e conscientização no local de trabalho.
A interseccionalidade da violência doméstica ressalta sua complexidade. “Não podemos falar sobre violência doméstica no Novo México sem reconhecer a epidemia relacionada de Mulheres Indígenas Desaparecidas e Assassinadas”, disse McCarthy, enfatizando o trabalho de organizações como a Coalizão para Acabar com a Violência Contra Mulheres Nativas, que defende a segurança e os direitos das comunidades indígenas.
Ela também observou que os indivíduos transgêneros, especialmente as mulheres, são especialmente vulneráveis ao abuso, com organizações como a Centro de recursos para transgêneros do Novo México trabalhando para apoiar esta comunidade.
Em um apelo à ação, McCarthy encorajou o envolvimento da comunidade por meio de doações e advocacy. Fundo Nurture & Thrive do WRC, uma bolsa de estudos que auxilia sobreviventes a cobrir custos associados a medidas imediatas de segurança ou de suporte, oferece uma via de apoio. No nível estadual, o Coalizão de Programas de Agressão Sexual do Novo México e o Southwest Women's Law Center estão defendendo esforços legislativos para promover a educação sobre consentimento e políticas centradas nas sobreviventes.
“Fique de olho nos esforços deles. Eles estão lutando por sobreviventes todos os dias”, McCarthy pediu.
A violência doméstica não é algo que podemos ignorar depois que o mês de conscientização passa. É um problema que dura o ano todo e exige soluções que duram o ano todo. Ao apoiar sobreviventes, defender mudanças sistêmicas e reduzir o estigma, podemos criar uma comunidade mais segura e compassiva.
Para mais informações ou para se envolver com o Centro de Recursos para Mulheres da UNM e suas iniciativas, estudantes e membros da comunidade podem entrar em contato por meio de: mulheres@unm.edu